Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
1 Comments:
Foi, mais um sorriso...vês? Torga tem coisas lindas em poesia,não muitas,mas lindas!
O importante é partir...hoje estou mais presa...mas junto ao mar,sinto imenso isso...pirata mesmo,se houve outra vida...vim de lá!
Beijinho,vou-me para mais uma páginas de estudo!
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