quarta-feira, junho 27, 2007

A boca



A boca
onde o fogo
de um verão
muito antigo cintila,
a boca espera
(que pode uma boca esperar a não ser outra boca?)
espera o ardor do vento
para ser ave e cantar.

Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
se a luz é tanta,
como se pode morrer?

Eugénio de Andrade

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