Outro mundo...
Na terra, uma semente pequenina
Abre, ao sol, em sorrisos de verdura.
E o rubro raio aceso que fulmina
Rasga o seio da nuvem que é ternura.
Ao longo de erma e pálida colina,
Um doce fio de água anda à procura
De alguma rosa angélica e divina,
Abandonada e morta de secura.
Meu forte coração também nasceu
Para criar, cantando, um novo céu.
Ninguém lhe entende a mística harmonia!
Lembra remota estrela desmaiada
Que mal se vê, na abóbada azulada,
Mas, para um outro mundo, é grande dia.
Teixeira de Pascoaes, Terra Proibida
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