Falei tanto de amor...
Falei tanto de amor!... de galanteio,
Vaidade e brinco, passatempo e graça,
Ou desejo fugaz, que brilha e passa
No relâmpago breve com que veio...
O verdadeiro amor, honra e desgraça,
Gozo ou suplício, no íntimo fechei-o:
Nunca o entreguei ao público recreio,
Nunca o expus indiscreto ao sol da praça.
Não proclamei os nomes, que baixinho,
Rezava... E ainda hoje, tímido, mergulho
Em funda sombra o meu melhor carinho.
Quando amo, amo e deliro sem barulho;
E quando sofro, calo-me, e definho
Na ventura infeliz do meu orgulho.
Olavo Bilac
2 Comments:
Divino!!!ah!ah!
Não gosto de falar por falar,de amor falei pouco...tenho que sorrir,não tem nada a ver com orgulho,fala-se quando se tem que falar...exposto ao sol?não!!pode é transparecer,isso... paciência!
Vazio, Cheio
Há memórias enclausuradas
em sentimentos perdidos,
sonhos e promessas
pintadas em fachadas
de tempos idos;
e se recordar ou esquecer
não é escolha da vontade,
resta pedir meças,
saber se perder, vencer,
foi fado ou idade.
Yanus
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