Se tu viesses ver-me...
A woman asleep - Jan Vermeer van Delft, 1657
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
6 Comments:
Tanto tempo mãe para saber ao que nos cegam as coisas
Tanto tempo mãe para cá estar
para tratar da vida
para tratar da morte
para tratar de tudo.
Tanto tempo mãe com o tempo todo mudo.
Tanto tempo mãe tanto de tudo.
Quero exilar-me mãe
quero tratar
não me quero matar
quero a morte quando for morte
só quero a morte à dita sorte
de estar escrita na vida
mãe seja predita e diga-me mãe
para que foi tanto cansaço
tão pouco espaço
tanta falta de espaço
na vida.
Mãe, só a vida.
Vida, vida.
(António Gancho)
SE gosto de Vermeer, adoro Florbela. Rica combinação. Gostei da casa do rebuçado :-)
Perfeito,leiruras que partilho,gosto ,muito.
Inês.
ringthane: :) Que é que te posso dizer mais?...
Yardbird: Bigada! Eu também gosto da tua casa. :)
Inês: :)
Pois, não. Nem eu a ti. E sexta há tempestade anunciada. Terra molhada. Sabes que isto tem um nome? ;)
E qual é o nome que se dá a isso, ringthane? :)
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